quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

RICARDO VIEIRA - Choro e Vida

Aproveitando a ocasião do 1o Festival de Violão de Sergipe, trago para os 2 leitores do blog as palavras humildes e tranquilas de Ricardo Vieira - como Vanzolini também um pesquisador e compositor - já mestre de carteirinha e estudioso aplicado do violão brasileiro. Vamos conhecer um pouco mais do artista que se apresenta dia 21/02/14 no Palácio-Museu Olímpio Campos.
Ricardo e o 7 cordas
Fale de suas influencias e formação musical. Teve estudo formal ou auto-didata? Músicos na familia?

Comecei a estudar música por volta dos 14 anos de idade por influência direta do mestre Samuel Marques, atualmente Capitão e Regente da Banda de Música do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (o "gatilho"maior foi quando o presenciei escrevendo um arranjo para uma orquestra sinfônica apenas com papel e caneta à mão... Naquele momento decidi que queria aprender a fazer aquilo um dia...). A partir de então começava uma grande temporada de aulas de teoria da música, leitura e percepção, com uma forma muito particular de ensino com ênfase no processo criativo. Tudo que eu conseguia captar, aplicava ao violão (emprestado) e a uma guitarra (emprestada de um amigo que a guardava há anos embaixo da cama, cheia de cupim e fungos... Serei eternamente grato àquela linda Gianini Stratosonic). Minhas influências eram muito variadas, cresci ouvindo os discos de Waldir Azevedo, Jacob do Bandolim e Dilermando Reis que meu avô colocava aos finais de tarde, e o mestre Samuel Marques me apresentou de Bach a Hélio Delmiro e John Coltrane. Ainda na adolescência tive o primeiro contato com o violão de sete cordas. Eu ficava admirando as rodas de choro que se formavam na casa da família Argolo, até que um dia surgiu a oportunidade de Integrar um grupo de Choro na Escola de Artes do antigo CAIC. Foram quase dois anos de muito Choro em apresentações diversas. Quando do termino do projeto, devolvi o Setão à instituição e voltei aos estudos de Guitarra. Foram aproximadamente dez anos anos estudando esta maravilha de instrumento, sempre sob a orientação do mestre Samuel Marques. Escutava tudo do Frank Solari, Mozart Mello, Vai, Satriani, Petrucci, Gambale, Clapton, Kotzen, Morse dentre outros. De fato, não tive uma formação formal, mas sempre fui tomado por um enorme desejo e satisfação em estudar música de um modo geral. Concomitante aos estudos musicais, Graduei academicamente em Biologia e concluí um mestrado em Biologia Parasitaria com ênfase em Biologia Molecular. Quando surgiu e oportunidade do Doutoramento, resolvi optar em me dedicar exclusivamente à música... Apesar de gostar muito da área de pesquisa biológica, concluí que era o momento de tomar uma posição definitiva quanto ao futuro profissional. Nos últimos anos venho me dedicando e estudando o mundo do Violão de Sete Cordas e atualmente sou graduando do curso de Música da Universidade Federal de Sergipe e aluno do Mestrado Profissional da Universidade Federal da Bahia, na área de Criação e Execução Musical. Além disto, desenvolvo o trabalho em Duo com o Flautista João Liberato e integro e dirijo o Grupo Brasileiríssimo.

Joãozinho (João Menezes Jr.) vivia me dizendo 'vamos na casa desse brother meu que tem uma Cheruti modelo Frank Solari'. Demorei tanto a ir que agora você toca violão e Choro. Como se deu essa transição? E por quê?

A transição entre guitarra e violão se deu de maneira natural e paulatina. Digamos que o "primeiro amor foi o violão", fui encantado pela guitarra, mas voltei ao amor primeiro. Clm relação à Cherutti, está foi minha primeira guitarra de fato, uma maravilha de instrumento.

Fale sobre o FEVISE. Como surgiu, qual a proposta? Será um evento regular? As expectativas estão sendo alcançadas? O que você e Liberato pretendem mostrar no Palácio na próxima 6a feira?

A proposta do FEVISE surgiu de uma conversa com o Prof. Alessandro Pareira (UFS), idealizador do evento. Ele chegou há pouco tem em Aracaju e já realizara diversos eventos musicais do gênero em outros Estados. Então buscamos parceria com a UFS e o Palácio Museu Olímpio Campos que através da diretora Marieta, a realização do evento tornou-se possível. A proposta consiste em apresentar ao publico o grande e singular repertório de violão de vários períodos da história da música através de recitais quinzenais. Além disto, como consitui um evento inédito em nosso Estado, também tem o objetivo de revelar e apresentar os violonistas do cenário local, e promover o intercâmbio com grandes nomes do violão no Brasil, inclusive com reconhecimento internacional. O evento terá uma regularidade e já estamos trabalhando a proposta do próximo e as expectativas são mui positivas, como por exemplo do resultado do primeiro recital. Aproveito para adiantar para os leitores deste maravilhoso blog que que teremos uma grande novidade para o segundo semestre. Para o nosso recital dia 21/02/14, preparamos um programa em que apresentaremos arranjos para flauta e violão de grandes nomes da música Brasileira e Latino-americana, como por exemplo Pixinguinha e Astor Piazzolla.

Marcus Ferrer na abertura do 1o FEVISE

Ainda tem guitarras, pedais e amps? O amor pela elétrica esvaiu-se am lágrimas ou está só hibernando?

Atualmente tenho apenas um Violão de sete cordas acústico construído pelo luthier Lineu Bravo, construído com tampo de cedro, corpo e, jacarandá e escala em ébano. Uma instrumento com um timbre bastante equilibrado. O amor pela elétrica se encontra presente, mas apenas canalizado para o prazer de ouvir os grande mestres.

Uma mensagem pros 2 leitores de meu blog.

Gostaria de deixar para todos nós, a ideia de que podemos e devemos aproveitar este pequeno espaço de tempo neste planeta para nos dedicarmos e enfrentarmos o que for necessário para fazer aquilo que nos traz a paz e realização plena. Que façamos o que escolhemos da melhor forma possível, afinal somos os principais responsáveis pelas nossas conquistas.


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