quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

ANDRE NIERI - virtuose brasileiro

Em 2011, estimulado pela compra de alguns gadgets de filmagem e edição, comecei a postar vídeos no Youtube com mais frequência. Minhas músicas, algumas versões e também achei de participar de “concursos de guitarra”. Um dos primeiros foi o “Fuhrmann/DeRos”, no qual os participantes tinham 30 segundos para criar um solo sobre uma base apenas de baixo e bateria lembrando “Black Star”, de YJM. Postei 4 vídeos e terminei em 3o lugar. Ganhei um pedal, ampliei os contatos, enfim, o lado “bacana” do negócio.

Na véspera do final do prazo, um guitarrista ungido por uma Gisele Bundchen guitarrista postou 5 videos de uma vez, cada um mais diferente que o outro, cada um melhor que o outro. Havia rock, fusion, blues, enfim vídeos para todos os gostos (o de Les Paul é meu favorito). E não deu outra, era Andre Nieri faturando o 1o lugar, com grandes méritos. E eu me perguntando: “Oxi! Quem é esse ishperto que esperou os 47 do segundo pra dar o bote!?..”

Nessa mesma época começamos a trocar algumas ideias, enquanto assistia aos videos que ele frequentemente começou a postar. Nascia o “papa-concursos”, alguns até de nível internacional. Quando não ganhava, ficava sempre nas cabeças.

Assim Nieri tornou-se, nesses dois últimos anos, um dos guitarristas mais conhecidos da geração youtube/redes. No entanto, sua linguagem musical soa bem mais complexa - e até mais hermética - aos ouvidos mais diatônicos e mais acostumados aos “petruccianismos” que hoje abundam na mídia e nas redes. Sua formação abrange do violão brasileiro ao fusion experimental, passando pelo rock. Seja vitaminando solos de covers em sua banda top-40 Popmind, seja tocando linhas impossíveis em sua superstrat Suhr - “de dedo”, como um violonista - e levando ao extremo uma outra moda, a do hybrid-picking abusado por Govan, Garsed e muitos outros, parece não haver limites para André Nieri.

Convido pois os dois leitores do blog a conhecer um pouco do universo musical do paulista que ainda vai dar muito o que falar na comunidade guitarrística.



(Vinnas) Como e quando surgiu o interesse pela Música? Havia um ambiente musical em casa e/ou músicos na família? Algum show a que você assistiu "plantou a semente" ou algo do tipo?

(Andre Nieri) Surgiu quando eu tinha mais ou menos 6 anos. Ninguém na minha família é músico, então o interesse veio da televisão: era época do grunge e eu assistia muito MTV em casa e ficava fascinado com os guitarristas. Era tanto o vislumbre que construía guitarras de papelão e aos 7 ganhei de Natal uma guitarra de brinquedo. Foi muito marcante.
Na mesma época, meu irmão começou a fazer aulas de violão e eu também fui na onda, mas era tão pequeno que não conseguia tocar com o violão na posição 'normal': deitava-o e tocava apenas com o polegar.
Aos 9 anos, comecei a tocar com o violão na posição certa e desde então as coisas foram caminhando. Tive um desenvolvimento inicial muito rápido: aos 12 já tocava em bandas de heavy metal com meu irmão e aos 14 comecei a ensinar guitarra.


Muitos guitarristas que estudaram violão tem um som de guitarra "diferente". Um pouco mais "duro" eu diria, e me vem a mente nesse sentido os Steves do prog, Howe e Hackett. Você, pelo contrário, mantém a pegada e idiosincrasias do rock, embora utilizando técnicas apreendidas do violão. O que você teria a dizer sobre sua abordagem e sua visão das guitarras elétrica e acústica (nylon)?


Eu não diria que a abordagem desses guitarristas que você citou seja 'dura': talvez, como o paradigma de violão deles venha do clássico ou folk americano, eles não suinguem tanto e/ou toquem exatamente dentro do tempo. No meu caso, como meu approach violonístico é totalmente popular brasileiro, é bem mais swingado, com certeza. Violonistas brasileiros também já flertaram muito com o jazz, e adoram 'flutuar' sobre o tempo, até mesmo quando acompanham. Eu sou fanático pelo violão brasileiro desde quando ouvi pela primeira vez Paulinho Nogueira, quando eu tinha 12 anos. Desde então, sempre sonhei possuir aquela linguagem e técnica. Depois de Paulinho, vieram Baden, Rabello, Guinga, Yamandu, Tardelli e muitos outros.
A minha ideia sempre foi mesclar as peculiaridades dessa técnica com as guitarras com drive.
Acredito que a técnica do fingerstyle aplicada na guitarra elétrica é muito pouco explorada ainda e hoje em dia vejo uma crescente de guitarristas interessando-se e tentando levar isso à frente, o que é fundamental para o desenvolvimento da guitarra.



Você toca linhas muito complexas em alta velocidade, muitas vezes em free timing, no entanto você recupera o beat com muita facilidade (a exemplo de Guthrie Govan). Como você atingiu esse grau de fluência? Trilhou algum atalho? Trabalhou deliberadamente para isto ou velocidade apenas é algo natural?

Obrigado! Esse approach de free timing advém basicamente da improvisação jazzística livre. Houve uma época na minha vida que só ouvia jazz e queria ser um músico de jazz. Mas como você não pode mentir pra si mesmo, acabei desistindo, pois sempre sentia falta de algo. Uma coisa muito boa que isso me trouxe foi exatamente o aspecto de improvisação mais free timing, mas sempre consciente. No rock, isso não funciona tão bem quanto no jazz, mas funciona em alguns momentos: se você tiver o feeling, consegue encaixar. Eu trabalho muito para isso acontecer, sempre tento criar frases e dinâmicas que desafiem meu atual estilo de tocar, para nunca estagnar.


Já vi videos seus usando Telecasters, Stratocasters, Les Pauls, Suhrs etc., sempre com a mesma fluência. Você não tem a sua "favorita" ou a "do set-up favorito"? Como os pianistas, sua técnica é tão "over-developed" que permite atingir a mesma fluência em diferentes instrumentos?


Minha guitarra predileta atualmente é a Suhr Modern Frost. Com ela, consigo diversos timbres, além da tocabilidade ser fenomenal. Eu também adoro Les Pauls, Stratos e Teles. No início, eu sentia muita diferença entre as guitarras, mas como já tive todos esses modelos que você citou, fica muito mais fácil hoje em dia, pois sei como tocar em todas elas, impondo meu estilo independente da guitarra.
Uma das únicas coisas que me privam de impor definitivamente minha técnica é a altura de cordas: como trabalho muito com ligados, ação muito alta pode prejudicar a execução de minhas frases características.
Algumas guitarras certamente puxam para um estilo particular: por exemplo, quando pego uma Les Paul, já é automático sair tocando algum classic rock. A guitarra te joga essa responsabilidade, pela enorme história, tradição etc.


De Lespa. Gisele observando.
Acompanho seus videos e mesmo nos mais antigos você já prezava pelo uso de equipamento "reais": além das guitarras já citadas, amplificadores valvulados, pedais, fugindo dos simuladores digitais, muito comuns hoje. Você não utiliza esse tipo de equipamento? Que amplificadores e efeitos você utiliza? Além das frases já características, Nieri já possui "um timbre" consolidado?


Utilizo simuladores em apenas duas situações: ao vivo, caso a gig não suporte uso de amplificadores em palco, e em casa, para dar aulas ou gravar guias de composições próprias.
Hoje em dia, minha rig é composta basicamente de:
- amps Bogner (Shiva e Ecstasy 20thA);
- pedais diversos (Malekko Ekko 616, MXR Micro Flanger, EHX Micro Pog, MXR Phase 90 '74, Maxon OD9, Maxon SD9, Xotic BB Preamp, Xotic RC Booster, Fulltone Octafuzz 2, Bogner Ecstasy Red, Dunlop CAE 404, TC Electronic Polytune, Boss TU12 e Two Notes Torpedo CAB).
Não utilizo todos esses pedais de uma vez: monto meu pedalboard de acordo com as necessidades da gig. Geralmente, quando uso meus amps Bogner, não utilizo nenhum pedal de drive/boost.
Com relação ao timbre pessoal, ainda estou na busca, mas sou muito influenciado pelos timbres de caras como Eric Johnson, Scott Henderson, Andy Timmons, Michael Landau, Steve Lukather... Consequentemente, meu som vai lembrar algum ou alguns deles.


Você falou em improvisação jazzística. Como foram seus estudos nesse aspecto, e onde? O Conservatório foi sua principal fonte de estudo? Há algum traço de auto-didatismo em André Nieri?


Estudei improvisação MPB/jazz no renomado Conservatório de Tatuí, no interior de SP. Tive a oportunidade de estudar com, por exemplo, André Marques (pianista de Hermeto Pascoal), entre outros. Foi um aprendizado incrível, mas antes de entrar pro conservatório eu já tentava descobrir 'como funcionavam as coisas' em casa mesmo: tirando de ouvido as músicas e solos dos meus ídolos. Esse foi, com certeza, o maior aprendizado de todos: aprendi a educar meu ouvido. Passei, basicamente, mais de 10 anos da minha vida musical apenas transcrevendo músicas/solos dos meus ídolos. Isso ajudou muito na hora de elaborar meu próprio vocabulário, pois além de ter na cabeça uma vasta gama de opções já estudadas anteriormente, eu conseguia passar pro instrumento o que ouvia na cabeça. Hoje em dia eu não estudo mais com um professor, pois estou numa outra fase, que é a construção do meu estilo, do meu som. Eu estudo desenvolvendo ideias.

Improvisando com o Bicudo
A sua linguagem de solos utiliza muitos intervalos amplos, muitas linhas em que apenas uma nota por corda é utilizada. Você busca, assim como outros guitarristas de jazz e fusion, emular outros instrumentos (sax, trompete, etc)? Quem são os guitarristas que mais influenciaram a construção de seu estilo?


Emular outros instrumentos na guitarra é muito eficiente. Caras como Allan Holdsworth, Frank Gambale, Scott Henderson, entre outros, fazem-no com total maestria. Sinceramente, não busco isso como principal objetivo, pois também adoro guitarristas. Porém, sempre que posso, tento filtrar coisas que caras como Michael Brecker, John Coltrane, Herbie Hancock etc, fazem, pois isso só agrega ao seu vocabulário de ideias.
Existem muitos guitarristas e violonistas que ajudaram a moldar meu estilo: Allan Holdsworth, John Petrucci, Steve Lukather, Guinga, Pat Metheny, Scott Henderson, Brett Garsed, Marcus Tardelli, Raphael Rabello, Wayne Krantz, Frank Gambale, SRV, Eric Johnson, John Sykes... enfim, são milhares que me influenciaram e que me influenciam até hoje. Sem contar os que não são guitarristas/violonistas...
Na verdade, deixo me influenciar por qualquer música boa! A música não tem limites.


Já vi você usando tapping, alternate e sweep picking, tocando violão, etc etc. Existe alguma técnica ou estilo que você evite deliberadamente, por não se sentir à vontade com a linguagem ou por qualquer outra razão?


Bem, eu não utilizo muito a técnica de tapping por duas razões: 1) simplesmente sou péssimo em tapping; e 2) como utilizo unhas, por causa do violão e da técnica de fingerstyle aplicada na guitarra, elas dificultam a técnica de tapping. Na verdade, até teve uma época em que prometi pra mim mesmo que estudaria tapping e seria muito bom nisso. Mas depois de algumas tentativas e muitas frases descaradamente copiadas do Greg Howe, eu desisti e nunca mais voltei à ela. Outra técnica que sou ruim é em slide guitar.
Mas isso não me atordoou: aprendi nesses anos que você precisa encontrar o seu caminho e levá-lo adiante, colocando nele seu foco. Parece óbvio, mas muita gente acredita seriamente que precisa conhecer e ser mestre em todas as técnicas existentes no mundo. Vejo muito isso em meus alunos.


Allan Holdsworth diz que a música dele é "muito rock para os jazzistas e muito jazz para os rockeiros". Muitos acham que a música dele é "para músicos". Você teme que sua música possa vir a sofrer alguma rotulação desse tipo e que com isso atinja menos ouvintes/público?


Acredito que não! Pode até ser que no futuro eu componha um disco inteiro 'apenas para músicos', mas pelo que sinto, mesmo minhas músicas não sendo lá tão simples (principalmente na questão harmônica) as melodias são marcantes e cativam as pessoas, sendo elas músicos ou não! Não estou falando isso de forma egocêntrica, muito pelo contrário: fico muito surpreso em saber que uma grande parte dos fãs gostam dos meus temas não pelo apelo guitarrístico, mas sim pela melodia, pela música em si.
Engraçado, esses dias peguei minha mãe cantarolando um tema meu! rs
Acredito firmemente que podemos compor músicas instrumentais para guitarra, mais acessíveis, sem perder o apelo técnico da coisa e sem soar piegas. Joe Satriani faz isso de maneira espetacular!

Divertindo-se com uma Wolfie

Já lhe fiz umas oito perguntas e até agora não notei sequer uma vírgula fora do lugar. Você também era bom aluno na escola?

Obrigado, Vinnas. Bem, eu sempre gostei de português e procuro escrever corretamente. Eu não era muito bom em exatas rs.


Quais seus projetos em curto, médio e longo prazos? Fale sobre suas composições autorais. Podemos esperar para quando um CD?

O projeto principal é gravar um álbum-solo ano que vem e fazer turnês pelo Brasil, inicialmente.
Como já respondi na pergunta anterior, quero fazer com que meu álbum-solo soe acessível, sem perder o apelo guitarrístico. Claro que algumas músicas (tenho em mente duas) serão bem complexas, pois eu também gosto desse lado mais técnico da coisa. Mas sem excessos. Isso contribui para o equilíbrio do disco.
Esse ano ainda vou gravar pelo menos duas músicas novas e postar tanto na minha fanpage no Facebook (fb.com/AndreNieriOfficial) quanto no meu canal do Youtube (youtube.com/AndreNieri).

Você construiu uma fanbase publicando vídeos no YouTube - e vencendo muitos concursos. Percebo que muita gente tenta trilhar esse caminho, no entanto o conteúdo ora deixa a desejar, ora envereda por outros caminhos totalmente distantes da Música. Teria alguma sugestão ou dica para os aspirantes ao sucesso nessa nova mídia?


Bem, o meu foco sempre foi tocar e ser reconhecido pelo meu som. Vencer concursos expressivos te dá muita visibilidade: é uma ótima opção. Conheço muita gente que começou no Youtube focando no instrumento em si, mas depois migrou para reviews de equipamentos (o que dá muita visibilidade, realmente) e alguns passam a gravar vídeos comentando sobre assuntos diversos etc. Não vejo problema nisso, afinal eu mesmo já fiz alguns vídeo-demos, mas meu foco sempre foi o playing, pois é o que realmente me importo. 
Baba baby, baba!

Independente do que você se propuser a fazer, faça-o com amor, qualidade, ousadia, sem passar por cima do trabalho alheio e mantendo a postura correta. Assim, com certeza, tem muitas chances de se dar bem. Esteja preparado para as críticas: no Youtube é comum receber comentários não muito agradáveis, advindo de pessoas que não te conhecem e que muito menos te respeitam.
Mesmo assim, mantenha a postura civilizada e entenda que nem todos simpatizam com você. Não desanime diante desses detalhes.


A comunidade guitarristica (de Rock) é unânime em apontar 3 grandes pilares/turning points que foram Jimi, EVH e YJM. Isso entre 1968 e 1984. Já se vão quase 30 anos e a "4a onda" ainda não surgiu. Você acha que ainda vai aparecer outro trendsetter tão relevante? Ele já apareceu, mas ainda não foi "descoberto" como tal? Quem você acha que pode ter levado a guitarra a outro patamar nos últimos 29 anos?


Bom, não sabia muito desses 3 pilares. Mas levando em conta essa informação, sinceramente não sei te dizer. Fizeram uma pergunta semelhante ao Frank Gambale e ele respondeu: 'eu não tenho bola de cristal'. É realmente difícil dizer. A verdade é que quase impossível adivinhar se amanhã ou depois vai surgir um cara com tamanha expressividade e genialidade quanto esses que você citou. Eu espero que sim! Muitos citam Guthrie Govan como um cara que mudou o cenário guitarrístico e influenciou muita gente. Eu concordo, embora ele não tenha tanto apelo comercial quanto os outros citados.


Não é possível que o DNA tenha "lhe escolhido" assim do nada. Nieri é italiano, deve ter existido ao menos um virtuose do violino praquelas bandas uns 300 anos atrás. E sem histórico recente de músicos na família, você encontrou dificuldades em obter apoio para estudar e se tornar um profissional?

Nesse caso seria necessária uma pesquisa genealógica, hehe. Não tive muita dificuldade em obter apoio, pois como desenvolvi rápido, fui muito apoiado pelos meus pais e também por amigos e parentes. Tornei-me profissional aos 14, quando comecei a lecionar, e com 18 comecei a tocar na noite. Vi que era sim possível viver apenas de música.


Engraçado você ter falado no Grunge. Lembro de uma provocativa capas da revista Guitar World questionando "O Grunge matou a guitarra-rock?". Eu digo que escapei dele por alguns anos, porque quando virou mainstream eu já tinha sido doutrinado pela "guitarra técnica" da 2a metade dos 80s. No seu caso, o Grunge parece que não teve nenhum impacto nesse sentido, muito pelo contrário, considerando o alto nível técnico que você atingiu.

Fui apenas influenciado pela 'imagem' das bandas de grunge da época: via os clips e queria aquilo pra mim, aquela energia, estar no palco e tocar. Mas com relação à música em si, outras bandas me chamaram muito mais atenção na época, como Metallica, Iron Maiden, Guns'n'Roses etc., assim como os guitarristas super técnicos. Lembro da primeira vez que ouvi Malmsteen, foi inesquecível. Amigos diziam que ele era tão
Ainda bem que só foi a imagem...

rápido que não dava pra ver os dedos no vídeo rs. Eu fiquei nessa onda de 'guitarra pirotécnica' até mais ou menos uns 13 anos, depois enveredei para o jazz/mpb e entendi que a música era muito ampla e muito mais profunda que apenas 'músicas para guitarristas'. Foi quando abri a cabeça e descobri um novo mundo e passei a ouvir muitos outros estilos.

Eu tento seguir um princípio que é "pequenos detalhes, grandes diferenças". Você teria alguma sugestão para os demais guitarristas, algum "pulo do gato", algum detalhe que passe despercebido mas que possa fazer grandes diferenças?

Prezo pela inventidade, pela criação. A minha dica nesse sentido é: 'melhor procurar dentro de você do que em outro alguém'. Cada pessoa tem uma particularidade artística que precisa ser explorada. Lembre-se: seus ídolos são seus ídolos pois quando tocam, você os reconhece imediatamente. Pense nisso.


Nieri, agradeço o tempo dedicado a este humilde blog e desejo muito sucesso na sua carreira e peço que fale de seus projetos vindouros e que deixe uma mensagem a seus seguidores, fãs etc.

Eu que agradeço o convite, Vinnas. Meu projeto principal é a gravação do primeiro disco-solo, que com certeza acontecerá ano que vem. Se você, que está aí lendo, gosta do meu som e quiser entrar em contato comigo, é só acessar minha fanpage no facebook - facebook.com/AndreNieriOfficial- e deixar uma mensagem. Sem meus fãs, eu seria nada. Até mais!



(fotos: Facebook e site oficial do artista)

Linkpedia

http://www.youtube.com/andrenieri
http://www.andrenieri.com/

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

GUIDO BUNGENSTOCK - Rockmaker

Blog do Vinnas is now attempting higher flights by publishing its 1st international interview featuring german-based guitar player GUIDO BUNGENSTOCK. Thanks for reading!

O Blog do Vinnas tenta alçar maiores voos publicando sua primeira entrevista internacional. Breve a versão em Português. Obrigado aos 2 leitores do blog!




Marcus Vinnas: Through your site I noticed you are a schooled player. Could you talk
more about your musical roots and learning process? Any bit of self-teaching was allowed?
Had the classical european music any impact over your music (like it had over the Schenker
brothers, for example)?
Guido Bungenstock: I actually had a strange learning development because I started with piano at age 10 before I switched later to guitar. My father was a classical piano player and church organ player. And I remember how impressive it was for me sitting next to him on the organ chair watch him playing with his hands, his feet and pressing/pulling all the time these huge quantity of stop knobs. Then at age 10 my father started to give me piano lessons from time to time but only really easy stuff. So classical music was around me all the time because he played the piano a lot at home. When I switched to electric guitar (around thirteen) thanks to my father I already had quite a good musical background (Harmony etc.). And like most guys I started to listen to EVH, AC/DC, Eric Clapton, Deep Purple, Led Zeppelin, Genesis, Yes. But then when I discovered Jimi Hendrix & Santana all changed for me. I loved Hendrix’ raw and wild guitar playing but also Santana’s sweet latin-influenced guitar, specially ballads like „Europa“ etc. I remember when I heard Steve Lukather’s great guitar Solo on “Rosanna“(Toto). I was just blown away and from this point on I knew exactly which musical direction I wanted to go now. And also monster players like Jeff Beck & Larry Carlton influenced me a lot. I would say I’m still inspired by every musician I hear if it catches me at some point.
Between 25-35 I played a lot of studio sessions, this way I learnt to read fast and lay down the tracks in just a few minutes. I played on lots of live jam sessions and I still love to do it because I like the interaction on stage. So yeah, I’m actually self-teached and learnt almost 1.500 songs and transcribed maybe 500-800 solos, I don’t know exactly, could be more… When I was 25 I studied Rock/Fusion Guitar on Munich but it was kind of boring for me sometimes because I already knew what I wanted to do and what I have to learn to get a better musician. But I finally got my diploma and now I this thing is hanging on my wall just to impress my students, haha


MV: By transcribing so many solos - like 800 you said - could you point some of the most difficult to master? And why they are so hard?
GB: I transcribed some interesting lines of Brett Garsed, which are harmonically very advanced and hard to play because of his extraordinary hybrid technique. I have never been able to do play it his way so I did it with the normal picking. But I learnt so much of it. Technique-wise John Petrucci's solo on Dream Theatre's Innocence Faded was really hard because of the fast arpeggios. To be honest, every solo, riff or song I'm learning is a challenge because I'm not only trying to cover it but trying to "feel" like the player too. I'm always looking to the whole picture: it's not only the solo what makes it interesting for me, it's also the harmonic structure, the groove, the other musicians etc. it's the same thing when I'm composing a new song: the guitar is just a small part of the whole song. That's the reason why I like to compose on keyboards a lot too because it expands the view. Some guitar players act like egoists and their playing seems to isolate from the rest of the band, in my opinion. So I'm always trying to be a team player in a band or session and this is the most important thing for me. I mean who cares about the guitar solo if the rest is fucking boring? No one! :-D


MV: To my ears you are a fine fusion player, but had heavier music got its influence as well? I mean, Heavy Metal, Hard Rock etc? Have you ever transcribed an entire album (I did it with Metallica's Kill Em All - a long time ago...)?
GB: Yeah, as I said I started with Rock & Blues, sometimes harder stuff like EVH and of course I learnt almost every Toto song, haha. I’m still playing with my Band TAURUS some of it, like “Georgy Porgy“ and more… At the moment I’m hearing some Dream Theater stuff and I’m still transcribing or learning by ear as much as I can. Because for me it’s the best way to keep my old brain fresh, haha. Around 1999 I was on tour with terrific drummer Uli Kusch (ex. Helloween) who had a tribute Band called “Catch the Rainbow“ where I had to learn a lot of Ritchie Blackmore’s stuff. We also did a great album on these days with many known guest musicians. But after this great time I returned to my softer roots again. One of my best friends Raimund Burke, in my opinion one of the greatest Hard rock guitar player in Germany, lives in Hamburg too and we meet at least one time a week and jam together or impress each other with the better licks(just kiddin’). But like every musicians at some point he inspires me too even we both have a complete different style. Go check him out
at www.raimundburke.de He’s a beast!


MV: It’s very noticeable to me that Steve Lukather had a huge impact over your playing. To
me you've nailed very closely many details from his playing, like tone, whammy bar work and
some lines as well. On the other hand, as a veteran player and as a individual you surely got
your own preferences, note choices, etc. How do you find the balance between this two
trends? I mean sounding like Luke vs. sounding like yourself.
GB: As I said before, when I heard Steve Lukather for the first time, he totally changed my way of guitar playing. And I'm sure every guitar player had this kind of experience with some other musicians too. There are always some people who inspire you so much that certainly you want to go to another direction. But most of the time it's not only person that have inspired you so much, in my case it was my father, Hendrix, Carlton, Beck, Lukather, Classical music and even my band mates. But to answer your question: yeah, Luke has a deep impact on my playing. And a few years ago I got the biggest compliment from the master himself saying that he loves
my playing a lot. For me this was the best compliment ever in my life. But when I'm playing I don't think about my influences I just feel the music. And if the people can hear some notable influences from some of my favorite players I'm really proud about the fact that my long time of practicing and transcribing was worth it.




MV: I noticed you played a Music Man Luke signature guitar in most of your videos (if not
all). I got one last year and it's one of my favorite guitars. Are they your main guitars? Do
you play also the standards - I mean Fenders & Gibsons? Which are Luke's advantages over
other models? Did you changed or modified anything on your Lukes? (I want desperately to
put bigger frets on mine hehe…)
GB: I had all kind of guitars in the past but the Luke model was the first one that was just perfect for me. It's a very balanced instrument, the neck, the body, the trem etc. everything seems like a long way of development over the years. And for me it just fits perfect. I always was searching for just a perfectly balanced instrument and I finally found it. You can call it coincidence or whatever that this guitar is called LUKE, it also could be called something else. And it would be great if someday Ernie Ball Music Man would build MY GUITAR called TAURUS, haha(my symbol and also my band name) I always liked Strats because of their versatile sound but in my opinion these axes are not really comfortable to play. Les Pauls have a big rock sound and the necks are great but they hard to play on the higher notes. So every guitar has some disadvantage but the Luke models are almost perfect for me. So my main guitar is the grey Luke standard. I only changed the tuning knobs to acryl ones because they look better and have a better grip. I also changed the saddles to ones that are a little plainer. That's all.


MV: You got very well designed website, youtube channel, facebook page etc. But many
players - even the young ones - seems to underestimate this type of interaction with their fans.
Could you give some advice to our readers/players wanting to expand their reach and
audience by using the Internet tools?
GB: Thx man. It's still a lot of work to do this internet thing and I'm trying the best I can. But I think some people overestimate the web, specially the social network. It's really a good that musicans now have the opportunity to share their music, their thoughts etc. BUT the REAL life is happening outside the web , I mean with your family, your friends, your mates, on stage, wherever. The web for me it's a good way to communicate with people that I couldn't reach normally. For example I met Jack Thammarat on the music fair in Frankfurt and we did a spontaneous jam session at s small Laney booth and he filmed it too. It was a great experience for me to play with this great player. Only a few people saw us there but thanks to YouTube certainly we got 20.000 viewers in the net. But as I said before the net is overestimate sometimes. I just see as another way of marketing myself but that's not the only way. I know a few great musicians who don't care about social networking or even don't have their own website but they’re still really successful. Don't forget the net is the BIGGEST PLACE OF FAKE at all and you always have to be carefully on what you wanna reveal about yourself and your life. One it's said it's forever there!!!!

With Jack Thammarat
MV: Hey great that you'd met Luke the man himself. Actually I dug deeper into his solo work just after I got my Luke guitar and I have to say I'd found great music there (I am not a huge Toto fan actually). Had you both jammed a bit or something? By the videos I watch he seems a big hearted guy.
GB: No, we never met but he send me a private twitter message with the nicest compliments ever. You can hear his great guitar work on over 1.500 studio sessions, beside Toto. So he’s a very versatile player.


MV: One of Luke's greatest tools to me is his lines where he matches notes apparently atonal
but he manages to make them work. For example, DON'T SAY IT'S OVER lines from 3:34
on, just before the solo. I absolutely love this approach. Ever thought about writing a
lesson over this? I'll be the 1st one to buy it, hehe.
GB: It’s funny that you’re mentioning this tune. I learnt this solo right after the album came out and yesterday I played it again. He just has a fantastic taste of melody and creates wondul tensions with it. Yeah, I should make a lesson about this theme…



MV: Not a question really... I don't know if you like football but I couldn't forget this:
Germany's team - as always - is a serious candidate to win FIFA World Cup next year here in
Brazil. They are always dangerous but this one is one of the best teams ever and the one to
be defeated - before even they cross Brazil's path to the title, me and 200 million more are
already praying for this!
GB: Well, I’m sorry to say that but I’m absolutely the wrong person to answer this question. I have no idea about football, haha


MV: You live in the city where The Beatles started the path to became the legends they are.
Had the music scene there got any benefit from their time in Hamburg? Or it's just a thing for
tourists - "look that place! They lived and played there!" etc?
GB: I’m sure Hamburg had or still has a deep impact on some musicians because The Beatles started here but not for me, haha. I mean I love The Beatles of course but I really don’t care so much about a certain place.




MV: Guido, thank you for your time and I wish you the best. Please send a message for the
brazilian guitarists and tell us where one can find more about your music. I mean CDs,
videos, lessons, etc. Also I'd love a final word for all aspiring players - new & veteran - that
wish to improve their skills and their music overall.
GB: Many Thanks, Marcus! It was a great pleasure for me to answer your questions. On my website www.guidorist.com the people can find an EP version of my songs, the complete album will be finished around April 2014 (I hope…). My new SOLO GUITAR PACKAGES contain videos of my songs including jam tracks & notations and I’m working on a new tutorial for this so the people can have a deeper insight of my playing. I’m offering Skype lessons as well of course. Beside of beeing a studio & live musician I’m teaching a lot and trying to pass on my experience to the students. So my advise about music is really simple: try to be open to any style of music because there’s always something you can learn of it. But beside practising at home it’s so important to have this interaction in a live situation with real musician, jamming with other people is a great way to learn improvisation. I know a lot of great players that really sound awesome at home but they totally fail on stage because they don’t have a “Return button“ (meaning doing a recording over and over again) like they normally use to have on her home
studio. When I learnt guitar (I’m 47 now) we didn’t have YouTube, tabs or a digital home studio, we just had OUR ears to learn something and we jammed together to know each other in a musical way. So I think younger players should learn to trust more their own ears instead of just playing a written tab in the net. I mean doing mistakes is absolutely fine as long as you learn something of it. So this is just my experience and it worked……..until now, haha
Music is a gift from God(?) but being a professional serious musician is another thing: it can be heard sometimes because you have to deal with jealous guys or stupid people, you don’t get paid on some gigs/sessions etc.. Yeah, it’s hard to stand up everytime again and not giving up. But at the end you’re happy and thankful for the great time you have.
So keep rockin’! !
Guidorist, aged 14


LINK LIBRARY

Guido's official site is a complete source, with links for youtube channel, his lessons, social networks etc.

One of my favorite videos (below) is his version to Luke's "Party in Simon's Pants". It helped me a lot when I had to work my own version too.



His original music is great as well, like this one "Behind The Hill" (below). The music is entirely transcribed and a lesson is available at his website.